quarta-feira, 11 de julho de 2007

Preciso dizer que eu te amo

Preciso Dizer Que Te Amo
(Dé, Bebel e Cazuza)


Quando a gente conversa
Contando casos besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos

E eu nem sei em que hora dizer
Me da um medo ( que medo )


É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É eu preciso dizer que eu te amo
Tanto


E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
e nessa novela eu não quero ser teu amigo


É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo
Tanto


Eu já não sei se eu to misturando
Ah, eu perco o sono
Lembrando em cada riso teu qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira a noite inteira


É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É eu preciso dizer que eu te amo
Tanto

O que é que a gente faz numa situação dessas?

quarta-feira, 4 de julho de 2007

A menina e o mar

Com pouco mais de 11 anos, tinha tudo que uma garota da sua idade gostaria. Brinquedos e roupas caros e estudava em uma das melhores escolas.

Era filha única e seus pais trabalhavam muito, quase não ficavam em casa. Quando ela acordava, eles já tinham ido trabalhar. Quando eles chegavam do trabalho, ela já estava na cama.
Na escola, como era boa aluna e quieta, as outras crianças rejeitavam-na.
Todos os dias quando chegava, antes mesmo de tomar banho e almoçar, ia para a varanda. Ficava alí, olhando o mar por uma meia hora. Contava à ele seus segredos e angústias e ouvia atentamente, os conselhos devolvidos com o quebrar das ondas.
Ela sabia que ele, o mar, a escutava sem pressa. Estava alí para quando ela precisasse, talvez até bravo e agitado, mas estava! Era seu único amigo.
Em um raro fim de semana que seus pais estavam em casa, pediu ao pai que a levasse à praia pra que pudesse nadar um pouquinho, mas, ele disse que teria de revisar uns contratos. Pediu para que deixassem para o sábado seguinte. Ela assentiu, mesmo sabendo que, provavelmente, ele arrumaria outra desculpa.
Num outro dia, enquanto conversava com o mar, uma das moças que trabalhavam na casa, se aproximou perguntando o que ela estava fazendo. A menina respondeu que conversava com seu amigo, o mar. A empregada sentiu um nó na garganta. Teve pena. Decidiu então, que conversaria com os pais dela quando chegassem mais tarde. Assim o fez, mas eles não lhe deram muita trela. Pediram que fosse logo ao assunto, pois estavam cansados e precisavam dormir. Quando souberam do que se tratava, com ar de descaso, disseram que era tudo muito normal, que era coisa da idade e que logo, ela arrumaria muitos amigos e até um namoradinho.
O que eles não sabiam, é que ela estava acordada, e acabou ouvindo tudo.
A menina ficou triste. Queria entender, como os próprios pais, não sabiam nada sobre seus sentimentos.
Na manhã seguinte, ainda clareando, os pais foram acordados com os berros da campainha. Era o porteiro. Ele vinha avisar que sua filha tinha morrido afogada.
Eles não podiam acreditar em tamanha besteira, já que, a menina estava dormindo em seu quarto. Foram conferir e, avistaram o vazio sobre a cama, havia apenas um bilhete que dizia: "Fui dormir com o único que me conhece e entende de verdade, o mar"
Os dois se olharam e caíram em lágrimas.
A empregada, que a essa altura já estava no quarto com eles, se perguntou se um dia eles se perdoariam.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Maldito Domingo

Sentada na varanda, enquanto tomava seu café da manhã as 14h, observava o movimento da rua. Aliás, a falta de movimento. Se espreguiçou, daquele jeito que até emite um som agudo e foi tomar um longo banho morno.
Pôs uma roupa, de ficar em casa mesmo, e resolveu ir para o quarto assistir um pouco de TV. Nos canais abertos, futebol e famílias paupérrimas estrelando quadros sensacionalistas, ganhando algumas esmolas de apresentadores aproveitadores. Na TV a cabo, programas sobre futebol, alguns filmes e episódios de séries sendo reprisados pela centésima vez.
Olhou para o computador. Não custava nada tentar! Ninguém no MSN. Mesmo que houvesse alguém, não estava com paciência para tal. Música.
Isso, música. Sempre a melhor opção. Deveria ter sido logo a primeira!!
Como estava sozinha em casa, System of a down no talo.
Duas músicas depois, toca a campainha. Ela atende. Era o vizinho do apartamento ao lado.

- Boa Tarde!
- Boa...
- Desculpe, se estou atrapalhando, mas é que, estou tentando ver TV, e o seu som esta muito alto. Sabe como é, né? É domingo.
- Ok.
- Obrigada hein, bom descanso.

Fechou a porta trincando os dentes e pensou:" Que gentileza tentar me situar. Se ele não o fizesse, nem me daria conta de que hoje é domingo!"
Irritada, desligou o som e resolveu tentar dormir. Talvez sonhasse, que estava em qualquer outro dia da semana. Qualquer um, menos num maldito domingo!