terça-feira, 29 de maio de 2007

Mentiras


Eu minto
Tu mentes
Ele mente
Nós mentimos...

Han? Você nunca mentiu?
Mentira!!

A mentira faz parte de nós desde muito cedo. Ousaria até, em dizer que, desde sempre.
Quando bem pequenos, ouvimos de nossos pais: "Não mexa aí, senão o Bicho Papão virá te pegar".
Ainda sem nem saber o que é uma mentira, disparamos um: "Não fui eu, mamãe!".
Crescemos, e as mentiras também.
Mentimos para não demonstrar indelicadeza, para não magoar alguém querido, para justificar uma falta - seja ela na escola ou no trabalho -, para não termos de fazer algo que não queremos, etc... São muitos os motivos.
Pequenas ou grandes, são sempre mentiras.
A sua mentira, é a ilusão do outro. Ou não. Há quem minta mal!
Se formos descobertos, podemos perder a confiança, em nós depositada, por alguém.
É preciso cuidado.
A mentira, é de fato, a verdade que desejamos.
Há quem minta tanto, e tão bem, que até passe a acreditar cegamente naquilo. Essa é a pior das mentiras.
Mentir para si mesmo é burrice.
Podemos enganar a qualquer um, menos a nós mesmos.

Paixão



Você nunca vai saber porque chora, até que ela volte.
As desculpas que arruma para si mesmo, são histórias. Mais que histórias, são verdades que você inventou, para não lembrar do que já disse ter esquecido.
E quando nada mais fizer sentido, vai perceber que nunca fez. Que sempre irá correr o risco de se deparar com ela outra vez. Risco bom. Ela é boa enquanto existe. Boa é pouco, ela é ótima. Avassaladora e imprevisível.
Ruim é quando ela se acaba. Se acabar primeiro para você, tudo bem. É difícil admitir, mas, a fila tem de andar.
Ruim mesmo é quando ela acaba para o outro antes. Nossa!!
Aí você volta ao início do texto.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Amizade


Abraços infinitos
Muitas, muitas madrugadas
Carnavais e outros feriados
Ouvidos que não se cansam
Lágrimas e ombros
Olhares que dizem tudo
Segredos super secretos
Brigas
Conselhos dados, conselhos recebidos
Sofrimento meu e dele
Coca-cola, cerveja, vinho
Saudade
Cólo com direito a cafuné
Beijos na bocheca, apertados
Ciúmes
Viagens curtas e longas
Amor



Amigos são a família que temos a chance de escolher.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Descaso humano

Todos os dias fazia o mesmo caminho para casa. Hoje, porém, algo incomodava-a. Não encontrava aquele menino. Um menino de mais ou menos 9 anos, mulato, de pés no chão que vestia sempre uma camiseta, completamente furada, que lhe batia nas canelas. Era um menino alegre, apesar das condições em que vivia. Sabe-se lá se tinha mãe. Estava sempre sozinho. Dormia ali, no banco da pracinha. Aquela praça era sua casa e todos que moravam e trabalhavam ao redor dela, seus vizinhos.
Sempre que ela passava por ele, acenava com a cabeça e sorria timidamente, enquanto ele respondia com um sorriso, que parecia carregar um mundo inteiro, de tão grande. Nunca trocaram uma palavra. Ela sentiu, por inúmeras vezes, vontade de lhe falar e puxar as orelhas quando o via cheirando cola. Mas nunca o fez.
Onde estaria hoje aquele sorriso? Já estava acostumada com ele. Procurou pelos arredores e nada! Perguntou à um rapaz que trabalhava no bar da esquina se sabia de algo. Foi então, que se deu conta. De madrugada, um bando de moleques foram à praça na intenção de se divertir as custas dele. Acordaram o podre menino e começaram a provoca-lo. Ele tentou fugir, mas os outros eram maiores...
Ela saiu do bar sem nem ouvir o final da história. Podia imaginar.
Subiu as escadas da praça. Avistou, sobre o banco onde o menino dormia, um cobertor cheio de retalhos e ao lado, uma caixa, dessas de sapato, com uma garrafa cheia de cola, algumas moedas e outras poucas quinquilharias.
Olhou a sua volta. Todos os comerciantes trabalhavam freneticamente. Algumas pessoas conversavam. No ponto final de uma linha de ônibus, motoristas e trocadores jogavam damas. Alguns aposentados jogavam seu sagrado buraco. Tudo exatamente igual aos outros dias. Exceto pela ausência do menino sorridente. Mas, quem se importa? Naquele instante, sentiu vergonha, não só de si, mas de toda a raça humana. Essa gente que, cada vez menos, enxerga o outro.

terça-feira, 15 de maio de 2007

O que é bonito ?!?!

Quando era mais nova, na pré-adolecência para ser mais exata, me sentia a pior de todas as criaturas. Meu avô ficava aflito em me ver daquele jeito e sempre me dizia a mesma coisa, que não existe bonito nem feio. Me explicava que o belo para ele poderia ser "não tão belo" para qualquer outra pessoa, que cada um tem seu gosto. Isso, eu posso afirmar, porque nenhuma das minhas amigas concordam comigo quando eu acho um carinha bonito,rs. Sim, ele tinha razão, mas a coisa não é tão simples assim. Existe uma beleza pré-estabelecida, e é culpa dela, que muitas meninas se sintam igual, ou até pior do que me sentia. Depois de um tempo reclusas, elas passam a perseguir insessantemente essa beleza que invade seus olhos todos os dias. Não há como fugir dela. Está em todos os cantos, nas revistas, nos outdoors, na tv, na internet...

Eu fui assim. Eu sou assim. Seria hipocrisia não admitir que brigo todos os dias comigo mesma e que vou contra minhas vontades por almejar essa beleza tão superficial.

PS: Essa campanha Dove é genial.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Sapato Laranja



Acho muito válido crer em algo ou alguém, isso quando a pessoa se apega a essa fé no intuito de se sentir completa!!!
A cada dia que passa me convenço mais de que não é assim que a maioria das pessoas encara o assunto. Percebo que o ser humano está muito descrente de si. Duvida demais de seu potencial e por isso se agarra na certeza da existência de algo maior que ele, como se isso fosse resolver qualquer situação.
Não há problema algum em acreditar em Deus, em suas diversas versões, Fadas, Magia, Amoletos da sorte, Pedras, acho até que devemos crer SIM. Passa a ser problema quando você acredita que tudo que acontece contigo, de bom ou ruim, é consequência disso!!
Tenho a opnião de que tudo em exagero é prejudicial, ate a fé. Esses "elementos" trabalham em parceria com as suas atitudes e seu potencial.

Juliana desliga o telefone e chama a mãe:

- Manhêêêêêêêêêêê!?!?!?!?
- O que foi menina? Pra que essa gritaria toda ?
- Você não vai acreditar! Fui chamada para a minha primeira entrevista de emprego, em uma empresa muito bem conceituada no ramo de direito!!
- Parabéns querida! Marcaram para quando ?
- Esse é o motivo da gritaria!! Hoje, daqui a duas horas na matriz com a superintendente... Meu Deus, vou ter uma síncope. Vou travar na hora. Aiii, acalme-se Juliana!!!! Aummmmmmmmmmmmmm...
- Isso Filhota, relaxa. Respira, inspira. Respira, inspira. Passou ? Agora vá se vestir, porque a hora esta passando.
- Tá. O que combina com meu sapato laranja?? Um terninho preto fica legal ?
- O que ??? Você não vai com o sapato laranja, não mesmo!! Imagine, ir à uma entrevista de emprego como essas, com aquele sapato cheguei. Ah, como me arrependo de ter lhe comprado aquele par de tangerinas calçáveis.
- Ô mãeeee, pega logo os meus sapatos, estou atrasada!! A senhora sabe muito bem que sem eles não posso ir de jeito nenhum. Aqueles sapatos são meu amuleto, sempre me deram sorte. Sem eles não tenho a mínima chance.
- Deixa de ser boba garota, você sempre foi a primeira de sua turma, tem o histórico cheio de notas invejáveis.
- Aiiiiiiiiiiiiiii, assim não está ajudando.

Vestiu seu terninho preto, calçou os “sapatos da sorte” e seguiu para a matriz da empresa. Chegando lá, foi recebida imediatamente pela secretária da superintendente que a conduziu a sala onde seria realizada a entrevista. Sentou-se confortavelmente, esperando a Sra Cláudia Machado entrar para começar com a sessão de tortura.

- Boa tarde Sta Juliana Pereira!!
- Boa tarde...

Se cumprimentaram com um aperto de mão. Cláudia analisou Juliana dos pés à cabeça, que por sua vez sentiu-se despida. Quando Cláudia, mulher muito elegante, pôs os olhos naquele par de sapatos pensou no que faria uma criatura calçar algo tão chamativo, especialmente em uma entrevista de emprego. Achou de um mau gosto tremendo.
A entrevista seguiu com sucesso, apesar de nervosa, Juliana mostrou ser profunda conhecedora do assunto tratado e o mais importante, não havia trabalhado em nenhuma empresa anteriormente, assim se moldaria às regras com muita facilidade. Mas, Cláudia ainda estava atormentada com os sapatos da moça. “Ela vai representar a empresa nos tribunais, precisa estar bem vestida. Sabe-se lá se ela tem a coleção completa com todas as cores cítricas “ Pensou ela.
Cláudia, Cláudia, vai desperdiçar uma boa profissional por conta de seu mau gosto por sapatos?!?!” Pensou novamente.

Foi então que Juliana ganhou a vaga no escritório.

- Mãeeeeeeeeeeeeeeeeeee chegueiiiiii!!
- E aí, me conta, como foi ??
- Fui admitida. Uau, nem acredito, meu primeiro emprego!
- Parabéns querida!!! Estou orgulhosa de você. Não disse que era capaz ?
- É, estou muito feliz!
- Ah querida, aquele rapaz, Felipe, se não estou enganada, te ligou!
- Ai meu Deusssss, jura? O que ele disse?
- Que estaria com o pessoal naquele barzinho em que vocês sempre se encontram. Disse para aparecer por lá.
- Ai meu Deus, Ai meu Deus, Ai meu Deus!!! É lógico que eu vou...

uma hora depois...

- Nossa, fiu fiu!! Como está bonita minha filha. Tudo isso é para aquele moço que ligou ?
- É sim!!! Ai mamãe torça por mim, estou apaixonada.
- Ihhh, fica tranqüila, com esse visual, periga que ele não desgrude de ti nunca mais!!!
- Não exagera Mãe. Estou indo hein, se for demorar te ligo.
- Ok, se cuida. Juízo. Heiiii JULIANA, volta aqui. VOCÊ VAI COM ESSE SAPATO DE NOVO FILHA ?? Pelo amor de Deus. Tira isso, anda!
- Ta maluca mãe?? Quer prova maior do que a de hoje de que esse sapato me dá sorte ?!?!

E saiu batendo a porta.

sábado, 12 de maio de 2007

Os sentidos - Viagem no tempo



O homem AINDA não foi capaz de criar uma espécie de "maquina do tempo", onde poderíamos voltar em algum lugar no passado e reviver sensações que com o tempo vão se apagando.
Não duvido que em alguns anos exista uma dessas, talvez até nos proporcione alterar algumas coisas aqui, outras alí. Consigo ver nitidamente o caos em que a vida das pessoas se transformara. As reações à uma mudança assim são um fato.
Devem estar se perguntando, e o que tem os sentidos com uma possível viagem no tempo ?
Tudo.
Esse tipo de viagem acontece com todos nós, por várias vezes.
Os sentidos nos proporcionam NATURALMENTE reviver sensações e situações.
As vezes você VÊ algo ou alguém, TOCA em algo ou alguém, sente o CHEIRO de algo ou alguém, FALA alguma coisa, OUVE alguma música e sem propósito, acaba relembrando e revivendo momentos.
As vezes é bom, outras não, mas faz parte de nós. Se lembramos é porque teve alguma importância.
Recebemos um corpo que possui todos esse sentidos que nos proporcionam coisas absurdas. Não acha que se fosse bom poder apagar e reescrever um momento de sua história, também não teria sido lhe dada a oportunidade de forma natural?
Quantas vezes pensamos que se pudéssemos voltar no tempo faríamos tudo diferente? A gente aprende com os erros.
Se pudéssemos voltar lá atrás e apagar um deles, não teríamos experiência para não errar novamente. E então, apagar um erro significaria desencadear mais alguns. Mas poderíamos apagar todos!
Uau! Nos tornaríamos perfeitos!
Seres humanos perfeitos brincando com as suas vidas e a de todos ligados a elas. Controlados por um controle tipo esses de vídeo-game.
Genial.

"Assim caminha a humanidade"